Pá, pá , pá...

Pá, pá, pá...

Pá, pá, pá... Escuto no meu quarto o som soar...

Bum! Trá, tá, tá, tá, É o som que angustia a minha alma...

Na rua correria, pessoas buscando um abrigo, e eu em um canto escondido, fugindo dos tiros...

É a guerra urbana... A polícia invadira a favela com armas e tanque de guerra...

Deparo-me com um monstro dantesco que até gela o meu coração é o tal do famoso caveirão!

Esse monstro de quatro rodas que atira para todos os lados, uma verdadeira máquina mortífera que quase sempre mata pessoas erradas...

Fuzis, metralhadoras, oitões, pistolas e balas traçantes a iluminar o céu da cidade...

Um show terrível, choro, desespero, medo!

Isso é mais uma operação...

Uma pobre criança passava e fora almejada por uma bala dita perdida, que tristeza! E agora prefeito não tem mais jeito, me explica então governador como conviveremos com essa dor...

Cadê os nossos direitos de cidadãos? Pois todos nós cumprimos com as nossas obrigações!

Somos vítimas deveras de um sistema corrupto, sofremos sem merecermos, acordamos bem cedo para irmos trabalhar e no final da tarde ainda temos que passar no meio de um tiroteio...

Oh! Vida estonteante, a luta da polícia e os traficantes... E quem sempre sofre são os estudantes que perdem dias de aula e alguns a própria vida e os trabalhadores com a incerteza de que a casa chegará...

Eu só queria uma ínfima explicação meu caro governador, meu caro presidente, meus caros políticos, eu quero uma solução, pois do jeito que está não dá mais...

Está preocupado com a zona sul, pois bem, e nós como é que ficamos?...

Somos honestos... Pagamos impostos... Votamos!

A violência está anormal, culpa da sociedade que tem marginalizado os desvalidos do povo...

A alienação é um mal que impera tudo o que faz é tentar nos enganar com as suas quimeras...

Pá, pá, pá... Começa tudo de novo, mais um confronto nas esquinas e no morro... Se eu morro ou não morro isso só D’us saberá, mas às cousas estão difíceis em Senador Camará...

Por Alejandro Drummond (29/04/2013)